22 janeiro 2008

Em nome de deus


Se Mel Gibson criou A Paixão de Cristo, o diretor escocês Peter Mullan faz de EM NOME DE DEUS seu anti-PAIXÃO DE CRISTO.
nesse drama que abocanhou o leão de ouro no festival de veneza em 2002, mullan expõe a crueldade da Igreja com as garotas que não se comportavam perfeitamente na Irlanda na década de 60. Engravidando antes do tempo, sendo estupradas pelo próprio primo ou simplesmente possuindo uma beleza sedutora, as moças eram mandadas sem pestanejar pra conventos específicos, onde eram tratadas como escravas,apelidadas pela sociedade de ¨as irmãs madalenas¨.
O roteiro segura o espectador pelo estômago, melhorando as torturas impostas ás internas a cada sequência revoltante. A grande diferença para outros longas é que EM NOME DE DEUS não mostra uma saída possível. Em determinada hora, uma personagem tem o campo aberto para fugir. Mas para onde vai uma mulher que passou quatro anos trancada, abandonada pela família e morando num país extremamente conservador? A falta de esperança é o mote da produção e mais uma constatação que o radicalismo é imoral em qualquer religião.

Um comentário:

blog disse...

Esse filme é ótimo.
A estrutura da fé vai por água abaixo - e não só a fé, mas principalmente explora a fragilidade de quem a pratica.

A atriz (a sedutora da capa), cujo nome esqueci (ela não é a principal) é de uma perversão deliciosa.
Boa lembrança.